Como vai funcionar o imposto de renda de 5000 Reais?

Descubra como vai funcionar o imposto de renda para rendimentos superiores a R$ 5000 em 2023. Entenda a declaração de imposto de renda e fique por dentro das novas regras e obrigações fiscais.

TRENDS BRASIL

SERGIO DUARTE

5/20/20256 min ler

A Defasagem do IR: Quando Seu Bolso Paga a Conta do Esquecimento

Imagine só: você está sentado na sala da sua casa, a TV ligada no noticiário da tarde, quando escuta que seu salário – aquele mesmo que mal dura até o final do mês – está sendo tratado pela Receita Federal como se você fosse um pequeno magnata. Quase cai o cafezinho da sua mão, né? Pois é, meu amigo ouvinte da 98 FM Rio, não é alucinação sua. Essa matemática estranha tem nome: defasagem na tabela do Imposto de Renda.

E olha que número absurdo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) jogou na nossa cara: 150%. Isso mesmo, cento e cinquenta por cento de defasagem desde 1996! Ou seja, há quase três décadas o governo federal vem tratando seu contracheque como se o poder de compra dele fosse muito maior do que realmente é.

(Confesso que quando vi esse número pela primeira vez, fiquei me perguntando se não havia algum erro de digitação. Mas não, é isso mesmo).

Quando a Matemática Vira Ficção

Se você se sente como se estivesse pagando imposto demais, não é paranoia. É matemática pura – ou melhor, matemática "impura", já que os números não batem com a realidade.

Vamos entender o que significa essa defasagem na prática. Em 1996, se você ganhasse cinco salários mínimos, talvez estivesse numa faixa de tributação relativamente justa para sua capacidade contributiva. Hoje, com o mesmo poder aquisitivo relativo, você está sendo taxado como se fosse um pequeno milionário.

É como se você tivesse comprado um carro popular em 1996 e, sem fazer absolutamente nada, ele magicamente tivesse se transformado numa Ferrari aos olhos do fisco. O problema? Seu bolso continua no modo "carro popular", mas o imposto vem na modalidade "superesportivo de luxo".

Sabe aquela sensação de estar no supermercado, olhando os preços e pensando "mas isso aqui não custava metade disso mês passado"? Pois é. A inflação vai aumentando os preços, seu salário (se você tiver sorte) acompanha mais ou menos esse ritmo, mas a tabela do IR... Ah, essa parece que foi congelada na era do Plano Real!

Um Projeto de Lei e Muitas Expectativas

No meio desse cenário que mais parece uma comédia de humor negro protagonizada pelo seu contracheque, o governo federal enviou ao Congresso Nacional um projeto propondo ampliar a faixa de isenção para até R$ 5 mil e reduzir o imposto para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.

Na verdade, pensando melhor, essa proposta não é exatamente uma revolução tributária. É mais como um band-aid num problema que precisaria de uma cirurgia completa. Mas já é alguma coisa, não é mesmo?

Se você está nessa faixa salarial, pode ser que finalmente consiga um alívio. Imagina só ter um dinheirinho extra no fim do mês? Dá até para sonhar com aquela viagem que você vem adiando há anos, ou quem sabe, do jeito que a economia anda, talvez dê para comprar aquele pacote de bolacha recheada que você anda namorando no supermercado.

Estou brincando, mas é de chorar, né?

Por Que Essa Defasagem Existe (e Por Que Ninguém Faz Nada)

Aqui entre nós, você já se perguntou por que diabos deixaram essa tabela congelar por tanto tempo? A resposta é um mix de conveniência fiscal e aquela velha máxima brasileira: "em time que está ganhando não se mexe".

Só que nesse caso, o time que está "ganhando" é o governo, e quem está perdendo é... bem, você, eu, e praticamente todo mundo que recebe um contracheque no final do mês.

Veja bem, cada vez que a tabela não é corrigida, mais pessoas passam a pagar imposto ou sobem de faixa tributária, simplesmente porque a inflação elevou seus rendimentos nominais. É como se o governo estivesse aumentando impostos sem precisar aprovar nenhuma lei específica para isso. Conveniente, não?

Isso tem um nome técnico bastante assustador: "imposto inflacionário indireto". E outro menos técnico, mas bem mais sincero: "facada silenciosa no bolso do trabalhador".

Os Números Por Trás do Absurdo

Vamos botar alguns números nessa conversa. Se a tabela tivesse sido corrigida adequadamente desde 1996, hoje a faixa de isenção não seria de R$ 2.259,20 (valor atual), mas sim algo em torno de R$ 5.800. Viu a diferença?

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que a não correção da tabela fez com que o número de declarantes do IR saltasse de cerca de 7 milhões em meados dos anos 1990 para mais de 30 milhões atualmente. Muita gente que, pela lógica original do imposto, deveria estar isenta, acabou entrando na malha fina da Receita.

A classe média brasileira – aquela que já está espremida entre as contas do mês e os impostos que paga – acaba sendo a mais prejudicada nessa história toda. Não é rico o bastante para ter planejamento tributário sofisticado, nem pobre o suficiente para estar na faixa de isenção.

É como se estivéssemos num daqueles programas de auditório dos anos 90, onde o apresentador gritava: "Você paga ou paga dobrado!" – só que sem o prêmio no final e com a certeza de que vai pagar mais no ano que vem.

O Que Muda (ou Pode Mudar) Com a Nova Proposta

A proposta do governo representa um avanço, é verdade. Ao ampliar a faixa de isenção para R$ 5 mil e reduzir a carga tributária para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, muitos brasileiros sentirão um alívio considerável.

Segundo cálculos preliminares, isso poderia beneficiar diretamente cerca de 15 milhões de contribuintes, que ou deixariam de pagar o imposto ou veriam uma redução significativa no valor devido.

Para ter uma ideia, alguém que ganha R$ 6 mil por mês hoje paga aproximadamente R$ 500 de Imposto de Renda na fonte. Com a mudança proposta, esse valor poderia cair para algo em torno de R$ 300, representando um ganho anual de mais de R$ 2 mil. Não é muito? Pra você pode não ser, mas para muita gente isso é o que faz a diferença entre o equilibrismo financeiro do mês e o respiro que permite planejar um futuro melhor.

No entanto, mesmo esse avanço ainda está longe de corrigir a defasagem acumulada. É como se você tivesse uma dívida de R$ 10 mil e conseguisse negociar um desconto de R$ 3 mil. Melhor que nada, mas ainda resta bastante a pagar.

Impacto na Sua Vida Real (ou Por Que Isso Importa Mesmo)

Pode parecer um tema chato, desses que só economista gosta de discutir em mesa de bar (e olhe lá), mas a defasagem na tabela do IR afeta diretamente o seu dia a dia.

Aquele aumento que você recebeu no trabalho? Uma parte considerável vai direto para os cofres públicos antes mesmo de chegar na sua conta. O décimo terceiro que você espera o ano todo? Também leva uma mordida considerável do Leão.

E não estamos falando de pequenos valores. Para uma família de classe média, essa diferença pode significar a possibilidade de manter um plano de saúde, proporcionar educação de qualidade para os filhos ou até mesmo conseguir realizar o sonho da casa própria.

Mais do que isso, essa defasagem contribui para uma distorção no sistema tributário brasileiro, que já é famoso por ser regressivo – ou seja, pesa mais sobre quem ganha menos.

O Que Dá Para Fazer Enquanto Esperamos Novas Mudanças

Enquanto o projeto segue seu trâmite no Congresso Nacional (e sabemos que esses trilhos costumam ser bem mais lentos que o metrô em dia de greve), existem algumas estratégias que você pode adotar para minimizar o impacto do IR no seu orçamento.

Contribuir para previdência privada (PGBL), investir em imóveis para obter isenção na venda, destinar parte do imposto devido para fundos de amparo à criança e ao adolescente ou projetos culturais – são algumas das possibilidades.

É claro que nada disso resolve o problema estrutural, mas são paliativos que podem fazer diferença no seu bolso enquanto aguardamos uma reforma tributária mais ampla e justa.

Finalizando (mas não concluindo)

Essa história da defasagem da tabela do IR é uma daquelas situações tipicamente brasileiras: todo mundo sabe que está errado, os números estão aí para provar, mas por alguma razão (que não é tão misteriosa assim) o problema se arrasta por décadas.

A proposta atual do governo é um passo na direção certa, mas é como tentar esvaziar o oceano com um balde furado. Precisamos de uma discussão mais profunda sobre justiça tributária neste país, onde os impostos indiretos (aqueles embutidos nos preços de produtos e serviços) pesam muito mais que os diretos, prejudicando especialmente quem tem menor renda.

Enquanto essa discussão não avança como deveria, seguimos nós, ouvintes da 98 FM Rio, fazendo o que brasileiro faz de melhor: adaptando-se, resistindo e, de vez em quando, rindo para não chorar das nossas próprias tragédias tributárias.

Porque, convenhamos, se tem uma coisa que a gente entende bem é de improviso e sobrevivência econômica. Afinal, não é qualquer povo que consegue viver com uma tabela de imposto de renda tão defasada quanto nossa paciência com promessas políticas.

E você, o que acha dessa proposta? Acredita que vai sair do papel? Compartilhe sua opinião com a gente aqui na 98 FM Rio!

#ImpostoDeRenda #DefasagemIR #EconomiaRJ #98FMRio

Referências:

VEJA SE VOCÊ GANHOU NA LOTERIA

LOTECA - LOTOMANIA- MEGASENA E MAIS

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