Diego & Victor Hugo: Fenômeno na 98 FM Rio

Descubra a trajetória de Diego & Victor Hugo, a dupla maranhense que se tornou um fenômeno nacional com a música 'Tubarões'. Conheça como eles dominaram as ondas da 98 FM Rio e se solidificaram no sertanejo contemporâneo.

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SERGIO DUARTE

4/20/20256 min ler

Do interior para o mar aberto: Como "Tubarões" colocou Diego & Victor Hugo no Mapa do sertanejo brasileiro.

Existe algo misteriosamente fascinante sobre o momento exato em que uma música captura o zeitgeist cultural. Parece quase alquimia – aquele instante preciso onde letra, melodia e interpretação se fundem para criar algo maior que a soma de suas partes.

Aconteceu com "Evidências" de Chitãozinho e Xororó nos anos 90. Aconteceu com "Ai Se Eu Te Pego" de Michel Teló em 2011. E está acontecendo agora com "Tubarões" de Diego & Victor Hugo.

(E confesso que resistir ao refrão dessa música é praticamente impossível, mesmo para um crítico musical que se considera imune a certos apelos comerciais.)

Nadando Contra a Maré

A história de Diego & Victor Hugo é, em muitos aspectos, um clássico conto brasileiro de perseverança. Quando a dupla se formou em 2016, o mercado sertanejo já estava abarrotado de talentos competindo por um espaço cada vez mais restrito. Parecia que todas as combinações possíveis de vozes, violões e histórias de amor/desamor já estavam ocupadas por outros artistas.

Como se destacar num oceano já repleto de predadores musicais? Essa era a questão de milhões.

Victor Hugo Rabelo Freitas e Diego Silveira nasceram em Imperatriz, no Maranhão. Diferente de muitas duplas que vêm do eixo Goiás-Minas-São Paulo (o tradicional berço sertanejo), eles trouxeram uma perspectiva ligeiramente diferente para o gênero. Começaram como tantos outros – tocando em bares, festas de família e pequenos eventos de interior.

O que muita gente não sabe é que antes de formarem dupla, Victor Hugo já tinha uma carreira promissora como compositor. Foi dele a caneta por trás de sucessos como "Infarto" de Diego & Arnaldo e "Milu" de Gusttavo Lima. Na verdade, o rapaz tem mais de 400 músicas registradas em seu nome – algo impressionante para alguém relativamente jovem no mercado musical.

Um Som que Devora o Rádio

Se você ligou seu rádio sintonizado na 98 FM Rio nos últimos meses, provavelmente foi devorado pelos "Tubarões". A música, lançada como parte do EP "VH Sessions", tornou-se um daqueles fenômenos que parecem onipresentes – do Oiapoque ao Chuí, das boates sofisticadas às quermesses de interior.

Você já parou para se perguntar por que algumas músicas simplesmente grudam na mente coletiva? "Tubarões" tem aquela combinação mágica: uma metáfora simples mas eficaz (comparar rivais amorosos a predadores marinhos), uma melodia contagiante e um refrão que qualquer pessoa consegue cantar após a primeira audição.

Mas seria injusto reduzir o sucesso a uma fórmula. Há algo genuíno na interpretação da dupla – uma sincronia vocal que só surge após anos de trabalho conjunto. Diego, com sua voz mais grave e ancorada, complementa perfeitamente os agudos mais emotivos de Victor Hugo.

Da Composição ao Fenômeno

Na verdade, pensando melhor... o sucesso de "Tubarões" não foi exatamente acidental. A trajetória da dupla foi meticulosamente construída ao longo dos anos. Depois de assinarem com a Audio Mix em 2018, eles começaram a ganhar destaque nacional com "Áudio", que traz participação de Maiara & Maraisa.

Mas foi com "Infarto", regravada por eles mesmos após o sucesso com Diego & Arnaldo, que a dupla começou a ganhar verdadeira notoriedade. A música ultrapassou 100 milhões de streams – um marco significativo no sempre competitivo mercado sertanejo.

Os especialistas do mercado musical frequentemente ignoram como é difícil para uma dupla sertaneja conquistar seu espaço atualmente. O Brasil produz talentos sertanejos em uma taxa quase industrial. A competição é feroz – ou, para manter a metáfora marinha, um verdadeiro tanque cheio de tubarões famintos.

Mergulhando Nas Profundezas

O que poucos críticos musicais comentam sobre Diego & Victor Hugo é como eles conseguem transpor a barreira regional tão comum no sertanejo. Enquanto muitas duplas fazem enorme sucesso no Centro-Oeste e Sudeste, mas raramente emplacam no Nordeste ou Sul, "Tubarões" parece ter conseguido um fenômeno verdadeiramente nacional.

As rádios das capitais – como a 98 FM Rio – abraçaram a canção com o mesmo entusiasmo que as estações do interior do Brasil. É como se a música tivesse quebrado uma barreira invisível que separa o Brasil musical em diferentes territórios.

Tem uma história que ouvi nos bastidores e que ilustra bem esse fenômeno: durante um festival em Recife, tradicionalmente dominado por ritmos locais, um DJ colocou "Tubarões" no intervalo entre shows. O que era para ser apenas uma música de transição virou um momento coletivo, com milhares de pessoas cantando cada palavra. (Admito que essa história pode ter ganhado contornos míticos na retransmissão, mas o ponto permanece válido).

A Química que Transpõe Oceanos

Se existe um segredo no sucesso de Diego & Victor Hugo, está na autenticidade da parceria. Diferente de algumas duplas que parecem artificialmente construídas por produtores de olho em nichos de mercado, a conexão entre Diego e Victor Hugo transpira genuína.

Uma característica interessante e pouco comentada sobre a dupla é como eles conseguem equilibrar elementos tradicionais do sertanejo raiz com as tendências mais contemporâneas do sertanejo universitário. "Tubarões" tem aquela pegada dançante e moderna, mas preserva elementos de storytelling que conectam o ouvinte emocionalmente – uma receita que tem se mostrado infalível para conquistar públicos diversos.

Você já reparou como alguns refrões parecem ser escritos especificamente para serem cantados em estádios lotados? "Tubarões" carrega essa característica – é praticamente impossível não se juntar ao coro quando aquele "Êta que tem tubarão..." começa a tocar. É música feita para momentos coletivos.

O Oceano Além da Música

Como bom maranhense (e aqui revelo minha pequena parcialidade regional), admiro como Diego & Victor Hugo carregam suas raízes sem transformá-las em gimmick. Eles não precisam apelar para o exotismo nordestino para se destacar – sua música fala por si.

A dupla também demonstra uma inteligência empresarial que vai além do talento musical. Em um mercado onde o produto final (a música) é cada vez mais desvalorizado financeiramente, eles construíram um ecossistema completo: shows, merchandising, parcerias comerciais estratégicas e presença digital consistente.

Falar em números às vezes parece reduzir a arte a meros indicadores de desempenho, mas é impossível ignorar alguns marcos: mais de 2 milhões de ouvintes mensais no Spotify, vídeos com dezenas de milhões de visualizações no YouTube e uma agenda de shows que faria qualquer veterano do sertanejo morder-se de inveja.

Para duas pessoas que começaram relativamente tarde na carreira (ambos já na casa dos 30 quando começaram a fazer sucesso), esses números são ainda mais impressionantes.

Afinal, Quem São os Verdadeiros Tubarões?

Existe uma ironia saborosa no título da música que projetou definitivamente a dupla para o estrelato nacional. No ecossistema musical brasileiro, Diego & Victor Hugo eram inicialmente vistos como "peixes pequenos" em um oceano dominado por predadores estabelecidos.

Hoje, são eles os tubarões – navegando com desenvoltura pelas ondas do sucesso, devorando streams e dominando playlists.

O mais interessante dessa trajetória é perceber como a música brasileira continua sendo esse terreno fértil onde histórias improváveis de sucesso ainda acontecem. Em uma era onde algoritmos e marketing parecem ditar todas as regras, ainda existe espaço para o imprevisível – para aquela canção que simplesmente conecta com milhões de pessoas por razões que vão além de qualquer fórmula.

Diego & Victor Hugo personificam essa possibilidade. Da composição nos bastidores à dominação das paradas, eles representam a versão contemporânea do sonho brasileiro de sucesso através da música.

E enquanto continuar tocando nas ondas da 98 FM Rio (e em todas as outras estações pelo país), "Tubarões" seguirá sendo não apenas uma música, mas um fenômeno cultural que diz muito sobre o Brasil que cantamos, dançamos e sentimos em 2025.

Afinal, no mar aberto da música brasileira, não é o tamanho do peixe que importa, mas sua capacidade de navegar as correntes do gosto popular sem perder a autenticidade que o trouxe até ali.

Quem diria que dois rapazes do Maranhão nos ensinariam tanto sobre como sobreviver – e prosperar – nas águas profundas do showbiz brasileiro?

Para assistir ao videoclipe oficial de "Tubarões", acesse: https://www.youtube.com/watch? v=a4QTO7ZiHuQ

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